sábado, 16 de outubro de 2010

- A MINHA PÁTRIA VIVE EM MIM -

É sempre uma experiência especial, a que se vive junto dos jovens, quando se trata de comemorar um acontecimento histórico que apele ao patriotismo, ou que, por qualquer motivo, os faça "demorar" a atenção nos simbolos nacionais, como a Bandeira Nacional e o Hino. Essa emoção viveu-se em pleno no dia 4 de Outubro, na nossa escola, quando se realizaram as actividades previstas no âmbito das Comemorações do Centenário da Implantação da República, através da interpretação, em uníssono, do Hino Nacional e do lançamento de balões que pintaram no céu as cores da Bandeira Nacional.


Foi assim que cada jovem deixou voar com sonhos que os adultos também sonharam e ainda acreditam ser possíveis , balões cheios de alegria. Aprenderam a solidariedade, o respeito pela sua identidade.
Muitos cantaram pela primeira vez, um Pais, que embora não tenha sido o seu berço, os acolhe com respeito e sentido de responsabilidade. Uma boa aula de História e de Formação Cívica, datada de 4 de Outubro de 2010...

“Meu Portugal”

Meu Portugal querido, minha terra
De risos e quimeras e canções
Tens dentro em ti, esse teu peito encerra,
Tudo que faz bater os corações !

Tens o fado. A Canção triste e bendita
Que todos cantam pela vida fora;
O fado que dá vida e que palpita
Na calma da guitarra onde mora !

Tu tens também a embriagues suave
Dos campos, da paisagem ao sol poente,
E esse sol é como um canto d’ave
Que expira à beira-mar, suavemente…

Tu tens, ó Pátria minha, as raparigas
Mais frescas, mais gentis do orbe imenso,
Tens os beijos, os risos, as cantigas
De seus lábios de sangue !… Às vezes, penso

Que tu és, Pátria minha, branca fada
Boa e linda que Deus sonhou um dia,
Para lançar no mundo, ó Pátria amada
A beleza eterna, a arte, a poesia !…

Florbela Espanca - Trocando olhares - 19/06/1916

PÁTRIA - SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro
Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exactidão
Do longo relatório irrecusável
E pelos rostos iguais ao sol e ao vento
E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas
- Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro
Me dói a lua me soluça o mar
E o exílio se inscreve em pleno tempo

RECOMEÇA...

Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.

E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.

Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.

És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
[Miguel Torga]

Do Núcleo de Articulação Pedagógica para os nossos alunos

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